terça-feira, 25 de março de 2014

Papel em branco

Papel em branco


Aqui, agora, sou eu e um papel em branco.
De onde virá uma inspiração qualquer?
Entre o tema e o tempo, paira o espanto.
Entre a estética e a forma, o que aprouver...

Como que envolto em pesado manto,
A palavra é fugidia, haja o que houver.
Por tempos escondida, como por encanto,
Brota do fundo, livre, solta a escolher.

Não há como estancar, pois como bolhas,
Que do abismo mar se fazem desprender,
Rumo à superfície, céleres se transportam.

É como, das copas das árvores, as folhas,
Que o outono faz dos galhos escorrer,
Forrando o chão, em adubo, se transformam!