O Sacerdote
Estudou no seminário de Mariana, desde
os dez anos, quando ficou órfão.
Sempre foi um aluno exemplar, pela
memória privilegiada e pelo raciocínio lógico, irrepreensível.
Nos esportes, se destacava no futebol e
era promessa na natação.
Durante o período de estudos, trabalhou
em diversos setores administrativos.
Como funcionário, era às vezes
displicente.
Nas férias, como não tinha para onde ir,
o Reitor o encaminhava para alguma paróquia da Arquidiocese.
Sempre bem recebido e muito elogiado no
retorno.
Destacava-se mais nos trabalhos pastorais
que nos administrativos.
Sabia de tudo que se podia aprender com os
estudos dirigidos e nos que empenhava individualmente.
Absorvera, ao máximo, os ensinamentos
teóricos passados pelos professores.
Desenvolveu sua capacidade crítica, nos
debates e discussões entre colegas e pessoas com quem conviveu no seu mundinho
restrito.
Ordenou-se sem nunca ter transposto,
muito além, os muros do seminário e das paróquias que visitou.
Aos vinte e quatro anos
foi nomeado Pároco de uma pequena cidade na Zona da Mata, em substituição a um
Cônego idoso e tradicional, falecido.
Após a primeira missa concelebrada com o
Arcebispo, convidados, seguiram para o almoço na Prefeitura.
Não pode disfarçar o impacto causado
pela beleza da filha do Prefeito.
Foi constrangedor!
Na Segunda feira, após a missa das seis,
recebeu a visita da moça, que não fazia o menor esforço para disfarçar sua
curiosidade e encantamento.
Contra todas as recomendações da mãe e
descomposturas do pai, passou a ser a maior frequentadora daquela Igreja Matriz.
A fofoca se espalhou entre os fieis. As
missas foram ficando, a cada dia, mais vazias.
Não demorou muito para que aquele
Sacerdote renunciasse a função de Pároco e pedisse licença dos votos ao
Arcebispo.
O Arcebispo não pode recusar ao saber da
gravidez da menina.
Esta matéria ele teve que aprender na
prática.
Só o sexo teórico é sublimável!
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